9 de mai. de 2013

Quero mais, não o tanto faz.



Entre a chama da mente e o que me chama à frente, resido em tal corpo impaciente. Se me abri essas portas, não me quero mais volta, não me sinto mais oco e dormente. Entre o plano e a corrente, o por vir e o que mente, escolho o pleno e belo presente. Quero mais, não o tanto faz, quero o que me satisfaz, o voraz e não o complacente.

Ah, que hoje enterro aqui, rindo do que vivi, tal receio tão tolo e covarde! Sou radar de morcego nesse breu de desprezos, nesse mar de injúrias e vaidades. Sou menino, não poeta, não me ocupam os medos, vivo apenas à minha vontade. Aprendi a duras quedas, quarenta, sem segredos, que essa dor… essa dor não me cabe.

Nessa história sem fim, meu coração diz que sim, danço a valsa que queima em meu peito. Não mais lírios aos anjos, não mais noites sem sono, sou bem mais que autor, sou sujeito.

Que venha a vida então, que sou amor e – vejam só – sou razão, hoje mais perigo que poesia. Quarentão sigo aos palcos, velho não, sofisticado, e grito ao mundo minha dança dos dias.

Nenê Altro, 13/09/2012

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