29 de ago. de 2011

À frente da minha casa, mais precisamente do lado esquerdo, tem um jardim. Ali, naquele cantinho conhecido por coração, há muitas flores de uma espécie abundante chamada "pessoas". Queridas flores que ao longo da vida são plantadas, nunca colhidas.

Há fases em que o jardim está repleto: familiares, amigos, amor. Primavera em meu coração.

Algumas dessas flores são consumidas por excesso de exposição  ao sol, tragadas por chuvas intensas, enfraquecidas por falta de nutrientes, sufocadas pela presença  de ervas daninhas. Por isso, elas nunca estarão todas juntas - ao mesmo tempo -ocupando meu jardim. Pela ordem natural da vida, nascerão, viverão, morrerão. Em épocas diferentes, em situações distintas. Mas dentro de mim, jamais partirão por completo. Como todo bom perfume, volta e meia serão lembradas.

Procuro, da melhor maneira possível, cuidar do meu jardim, razão da minha existência. Sem ele, coração, não existo; sem elas, as pessoas, não faço sentido. Tento ser bom jardineiro, mas sei que  por excesso de zelo, ou falta dele, vez em quando deixo a desejar. Peço, então, às minhas preciosas flores, que tenham paciência. Sei o quanto são delicadas e minhas mãos tantas vezes pesadas.
                                                                           Poupée Amélie

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